sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mais encontros e menos desencontros

Encontrar o par ideal tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil. Alguns solteiros consideram até uma verdadeira “guerra”. Para desmistificar o que anda acontecendo com esse “público”, conversei com uma psicóloga e uma psicanalista, que nos contaram quais os perfis e prováveis motivos do fato de alguns solteiros viverem “mergulhados” em desencontros.


“João, que amava Tereza, que amava Raimundo, que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Tereza para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história”.

Desde as primeiras décadas do século passado, o poeta itabirano, Carlos Drummond de Andrade, já retratava em seus poemas os desencontros amorosos no mundo dos solteiros.
Para a psicóloga Iara Brandão, muitos solteiros se queixam da dificuldade de encontrar seu par, mas a maioria não percebe onde estão as falhas na busca. Lugares e abordagem inadequados e falta de conteúdo em uma conversa podem ser os caminhos para a falta de atração.

“A busca varia de acordo com a personalidade de cada um. Há solteiros que são muito tímidos, retraídos e costumam se relacionar pela internet, através de sites de relacionamento, o que é pouco seguro. Nunca se sabe realmente quem é a pessoa de fato ali do outro lado. Já os solteiros mais desinibidos, costumam fazer abordagens mais diretas, físicas e verbais, que acabam assustando a outra parte”, alega Iara Brandão.

Muitas mulheres contam que ficam com alguns homens, vivem bons momentos, trocam telefones, mas eles simplesmente somem, sem dar explicação. Daí começam a surgir os questionamentos: o que será que eles realmente procuram?

Segundo a psicanalista Lindinaura Canosa, da Sociedade Brasileira de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro (SPRJ), o que acontece hoje em dia é a intolerância tanto dos homens como das mulheres, que não querem abdicar, negociar e fazer concessões dentro do relacionamento. Esperam por uma pessoa que se encaixe na sua vida como um “quebra-cabeça”.

“Esse grupo de solteiros considerado intolerante precisa perceber que para viver uma relação à dois é preciso ser mais tolerante. Afinal, as pessoas têm educação e hábitos diferentes. Negociações e ajustes podem ser feitos através do diálogo”, afirma a psicanalista, com base nos seus 20 anos de experiência em consultórios.

Lindinaura afirma ainda que há um grupo de solteiros que de fato não quer ter vínculo com ninguém e não abre mão da sua liberdade. Esse grupo, porém, não costuma se queixar da solteirice.
“Os solteiros que realmente não querem encontrar sua cara-metade são bem resolvidos. Não vivem se queixando que está difícil encontrar alguém. Aqueles que se queixam, normalmente, são os que não abrem mão para fazer negociações e querem encontrar a pessoa perfeita para entrar no tal quebra-cabeça”, completa.


Por Nathalia Borges (2008)

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